Logosofia

Impaciência: um dos males psicológicos mais generalizados na atualidade

Em épocas anteriores a vida humana corria sem as preocupações e as exigências do presente. Os trabalhos rurais, o artesanato e as próprias funções estatais, eram desempenhados sem a pressão do tempo. O relógio, tortura do mundo atual, não inquietava o homem, cuja existência se desenvolvia sem as demandas da urgência. Com o crescente desenvolvimento material, cresceram também as dificuldades e problemas que hoje enfrentamos, os quais, ao nos superexcitarem o ânimo, fazem com que sejamos, irremediavelmente, acometidos pela impaciência.

A impaciência adquire frequentemente caráter de obsessão. Quando atinge tal extremo, qualquer espera por curta que seja assume no impaciente um perfil de tragédia. Supõe que tudo se conjurou para torturá-lo. O impaciente é um escravo do tempo, desse tempo fantasmagórico que nada tem a ver com o autêntico, que tão frequentemente o homem dissipa em banalidades.

Esta deficiência cria, artificialmente, a angústia do tempo que nos faz viver em permanente agitação interna. Quem a padece vive sob a pressão constante de pensamentos que o impelem a apressar tudo quanto pensa fazer ou faz, como se existissem para ele prazos rigorosos em todos os seus afazeres, e o mantém em aguda aflição durante o tempo em que seu interesse se acha pendente de algo, como uma notícia, uma resposta importante, uma solução, etc. Custa muito ao impaciente entender que cada coisa requer seu tempo, assim como lhe é difícil entender que aqueles que fazem parte de sua vida nem sempre podem ou estão dispostos a seguir o ritmo que sua deficiência lhes pretende impor.

Que ganhamos por sermos impacientes? Solucionaremos o problema que as exigências desta deficiência nos criam? Formulemo-nos essas perguntas tantas vezes quantas experimentemos a impaciência, e logo nos será fácil pôr em ação a antideficiência que corresponde aplicar a paciência inteligente (ou ativa). Não à que induz a esperar passivamente, mas sim à que, além de infundir serenidade, torna o homem compreensivo, permitindo-lhe pensar com utilidade e proveito, como também estar atento a suas necessidades e deveres durante todo o tempo abrangido pela espera.

A paciência é uma das virtudes mais valiosas e também uma das mais difíceis de alcançar. Todavia, sua posse não é impossível, caso seja seguido rigorosamente o processo de compreensão, adestramento e realização que a porá ao nosso alcance.

A Fundação Logosófica oferece várias atividades tais como palestras, mesas de amigos e cursos gratuitos para adultos que queiram aprender a cultivar a paciência. Para conhecer esta escola de aperfeiçoamento humano na cidade de Lavras, basta agendar uma visita através do telefone (35) 3821-4367 ou pelo e-mail: mg-lavras@logosofia.org.br. Para saber mais sobre a Ciência Logosófica e baixar gratuitamente livros sobre Logosofia acesse o site www.logosofia.org.br


As vantagens da disciplina na nossa vida


A indisciplina dissocia as ideias, promovendo entre elas um forte antagonismo. Poder-se-ia dizer que a mente do indisciplinado é uma fortaleza cuja guarnição se acha em contínua rebeldia. Aqueles que se encontram nesse estado confundem indisciplina com liberdade e, sob o pretexto de defender a liberdade, não fazem caso das leis e normas que regem a vida civil, pretendendo demonstrar que são donos absolutos de sua vontade. A indisciplina dificulta os afazeres diários, visto que quando ela governa pouco vale ao indivíduo ser ativo, pois ela subtrai ao esforço grande parte de energia, fomenta a irregularidade na ação, a descontinuidade, a sobrecarga de trabalho, e tudo isso conspira contra a condução feliz do que se tem em mãos. A indisciplina, com seus fascinantes argumentos, faz perder muito tempo.

A Logosofia ensina que o indisciplinado o é, antes de qualquer coisa, em seus próprios pensamentos. É aí onde se há de estabelecer a disciplina; é aí onde se há de pôr ordem. Corrigir desde a infância a indisciplina, persuadindo a criança das vantagens de submeter-se a uma forma organizada de viver e induzindo-a aos bons hábitos, é cooperar na formação de um indivíduo socialmente apto e moralmente sadio. A criança crescerá protegida contra os desvios que ameaçam a juventude e que fomentam a desordem e a negligência.

Esses e outros ensinamentos são cultivados nas palestras e cursos gratuitos que a Fundação Logosófica oferece para adultos que tenham interesse em tornarem-se seres humanos melhores. Para conhecer esta escola de aperfeiçoamento humano na cidade de Lavras, basta agendar uma visita através do telefone (35) 3821-4367 ou pelo e-mail: mg-lavras@logosofia.org.br. Para saber mais sobre a Ciência Logosófica e baixar gratuitamente livros sobre Logosofia acesse o site www.logosofia.org.br.

Você sabe viver ou reveste sua vida de aparências?

Por Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)

A propensão à dissimulação consiste na tendência do indivíduo a mudar a face verdadeira das coisas, revestindo-as de uma aparência que costuma chegar a imitações surpreendentes da realidade. Isso quer dizer que alguém pode estar à beira de uma derrocada econômica, mas, incitado por motivos banais ou por algum interesse de outra ordem, é capaz de simular despreocupação e até se permitir esbanjamentos que de­em a impressão de que seus bens se encontram em estado florescente. Em outras palavras, pretende convencer que o que finge é realidade. 

A vida de aparências influi particularmente na gênese desta propensão, embora possa ser inata. A superficialidade que reina nela faz da dissimulação um meio do qual se lança mão para disfarçar com argúcia sentimentos e intenções, ganhar prestígio, despertar admiração e satisfazer, enfim, todo tipo de puerilidades. Exibe-se, em suma, o que não se é nem se tem; trata-se de um vão afã, que age poderosamente sobre um grande número de pessoas. Cada um pensa que o concurso da dissimulação é necessário, e, sem perceber, a propensão a fazer uso dela se acentua, cria raízes, torna a vida artificiosa e situa a pessoa fora da realidade. 

A propensão à dissimulação provém da má formação educacional

É certo que podem ser citados outros fatores que originam esta propensão. Em primeiro lugar, a má formação educacional, de onde provêm quase sempre todos os demais fatores, a saber: vaidade, ambição, frivolidade, hipocrisia e alguns outros que denunciam condições caracterológicas muito sérias. Esses fatores – ou, mais claro ainda, essas deficiências –, que configuram, poderíamos dizer, o fundo da propensão de que nos ocupamos, segundo o grau de negatividade que alcancem no indivíduo, influem sobre a propensão e a agravam, convertendo-a em norma de conduta pessoal, de onde resultam depois formas de dissimulação condenáveis. 

Poderíamos acrescentar que, no melhor dos casos, a propensão à dissimulação é a arte de ocultar difíceis situações pessoais, aparentando o contrário do que sucede. A bem da verdade, não cabe censurar as pessoas que lançam mão deste recurso para evitar a deprimente situação de ter de confessar aos demais o momento difícil que atravessam. Feita a ressalva, aconselhamos nunca incorrer no erro de fazer da dissimulação um hábito, pois isso implica a perda do bom conceito que possa ter.

Texto extraído do livro Deficiências e Propensões do Ser Humano, pág. 168


Agosto/2015

Corrupção tem solução?

Por Francisco Liberato Póvoa Filho

Nunca se falou tanto em corrupção como nos dias de atuais. A presença diária do assunto na mídia, nas rodas de conversa com amigos e com familiares reflete, por um lado, o nível de decadência moral a que chegaram as pessoas que se envolvem nessa prática; por outro lado é um termômetro que indica o grau de indignação alcançado diante dessa verdadeira praga que se tem disseminado em nosso pais de forma alarmante. Fala-se muito dos males causados pela corrupção em todos os níveis e segmentos e sobre os desvios de verbas que poderiam ser canalizadas para setores fundamentais como saúde, educação, segurança, além de outros. Denunciam-se, cotidianamente, obras superfaturadas que envolvem ministérios, prefeituras, empreiteiras, etc.

Diante desse quadro cabem muitas reflexões e perguntas surgem: o que são “ministérios”, “prefeituras” e “empreiteiras”? Na realidade, embora óbvio, nunca será demais lembrar que ministérios, prefeituras, empreiteiras não pensam, não tomam decisões e não fazem negociatas. São as pessoas responsáveis pelas ações e decisões em cada um desses órgãos que são levadas a cometer delitos, quando não possuem a indispensável estrutura moral.

Por outro lado, não podemos perder de vista que a corrupção também está presente no dia a dia do cidadão comum, ao receber um troco e fingir estar correto, não devolvendo o que recebeu a mais; o vendedor que inclui na conta um item que não foi comprado, tentando lesar o cliente, ou ainda o freguês que pede ao garçom (e quase sempre é atendido) uma nota de despesa superior ao valor real consumido, para beneficiar-se ao prestar contas à empresa. O que se deve que tantos – do mais simples cidadão ao mais poderoso e influente homem de negócios – se entreguem a essa prática aviltante?

Muitas causas da corrupção são apontadas pelos especialistas e pela própria população: a certeza da impunidade, a morosidade da justiça diante de eventuais processos, o financiamento privado de campanhas políticas, a falta de mecanismos de fiscalização e controle do uso do dinheiro publico, o conluio entre políticos, etc. Em realidade essas não são as verdadeiras causas, são apenas alguns elementos que contribuem para o aumento da corrupção. As causas são mais profundas, estão no desconhecimento do ser humano em relação à sua realidade interna, no desconhecimento de que todo ser humano possui um mundo interno onde tem origem tudo que se pensa e faz e deixa de fazer, aliado à falta de valores morais. Portanto, os fatores causais das mais simples faltas aos mais hediondos crimes, não estão fora, mas dentro do próprio ser humano.

Combater a corrupção apenas criando mecanismos de controle, equivale a combater a violência apenas prendendo criminosos e aumentado as vagas nas penitenciarias. São medidas paliativas, porque não contemplam as verdadeiras causas, atuam apenas nos efeitos. Naturalmente, é muito importante que, identificados os responsáveis por ações criminosas, estes sejam  exemplarmente punidos de acordo com a lei, o que nem sempre ocorre.

Enquanto o ser humano não identificar os agentes causais da corrupção e de tantos outros males, dentro de si mesmo, ou seja, nos pensamentos de ambição, vaidade, egoísmo, cobiça, sede de poder e tantos outros, inúteis serão os esforços para erradicar esse terrível mal, que se institucionalizou em nosso país, com incompreensível desfaçatez, tentando minar as reservas morais ainda existentes em muitos brasileiros.

A Sede de Lavras da Fundação Logosófica pode ajudar você a descobrir o seu mundo interno através de cursos gratuitos para adultos. Interessados em conhecer esta escola de aperfeiçoamento humano podem agendar uma visita através do email mg-lavras@logosofia.org.br.

Francisco Liberato Póvoa Filho: Educador e estudante de Logosofia de Belo Horizonte.


Logosofia

Julho/2015

Você é cortês no trânsito?

No final da noite, ao chegar em casa, costumo escrever o que ocorre ao longo do meu dia: pensamentos que tenho, sentimentos, intenções, atitudes etc. Certo dia, cheguei em casa e não encontrava nada muito interessante para anotar. Que vida era a que eu estava vivendo?
Para quê queria viver se eu não me recordava de nada de interessante do que ocorria comigo?
Então, tomei a decisão. Planejar algo diferente no dia poderia ser simples, mas que fosse diferente do que eu estava acostumada. Eu queria me permitir fazer uma experiência. Escolhi um dos momentos em que eu mais me sentia incomodada: o trânsito intenso da cidade. O carro da frente que não anda ou que para de uma hora para outra, o sinal demorado, as buzinas insistentes, um carro que me ultrapassa com pressa e de forma imprudente e aí vai…
Saí de casa, entrei no carro e me disse: “Agora, inicia-se seu primeiro dia de experiência! Você vai observar o que acontece com você durante seu trajeto.” Impressionante! Quanto me desgasto no trajeto de casa até o trabalho. São mais ou menos 15 minutos de verdadeira batalha. Eu me irritava com cada movimento do outro que eu julgasse desrespeitoso ou “folgado”.
Bom, este foi só o início. Cheguei em casa e anotei tudo que tinha observado. Observar só, contudo, não bastava, apesar de ser, sem dúvida, o primeiro passo.
O segundo passo… Cheguei ao carro e disse para mim mesma: “Agora vamos experimentar fazer algo novo, ou seja, mudar o que ocorre dentro de você – trocar a irritabilidade, intolerância e rigidez por uma grande serenidade no trânsito.” Como? Não é questão de apenas falar…custa e custa muito! Mas fazia parte da experiência que queria realizar! E estava bem animada! 
Cada vez que ocorria algo no trânsito, eu me recordava do propósito (fazer algo novo) e da vontade de escrever sobre algo diferente em meu dia. Recordei de algumas técnicas que aplico em outros contextos. Comecei a trocar as reações contra os demais motoristas pelo esforço de compreender a atitude de cada um. Certa vez um motorista parou na minha frente, no meio da rua. Surgiu a reação e a vontade de buzinar! Contive e recordei das palavras de uma amiga: não é a toa que alguém para na sua frente. De fato… a porta do carro se abriu e saiu uma senhora bem velhinha que entraria no estabelecimento ao lado. Uma atitude de cortesia do motorista, que deveria ser seu filho, imaginei. Passei, também, a recordar todas as tarefas de meu dia e como gostaria de realizá-las. Isso ocupava o meu tempo ao longo do trajeto e me distraía das reações contra os motoristas. Outra técnica foi gastar o tempo para planejar uma reunião, uma viagem, uma conversa que precisava fazer…
Depois de um tempo razoavelmente longo, pude perceber que não só estava mais calma, como até mais cortês. Isso me possibilitou usar a experiência em outros campos de minha vida. Meu “livro” passou a ter páginas mais interessantes. Recentemente me deparei com uma propaganda que estimulava os brasileiros a pararem o carro para o pedestre atravessar na faixa. Algo tão simples e que já é praticado em vários países. A cortesia no trânsito! Como seria se todos fôssemos mais corteses? Há muito para ser melhorado em nosso trânsito, sem dúvida. Mas, em vez de reclamar tanto, percebi que posso dar minha parcela sendo mais cortês. E você, o que pode fazer para ser um motorista cortês?
A cortesia está ao alcance de todos e a Fundação Logosófica – Sede de Lavras pode ajudar você a alcança-la através se cursos gratuitos para adultos. Interessados em conhecer esta escola de aperfeiçoamento humano podem agendar uma visita através do telefone (35) 3821-4367 ou pelo email: mg-lavras@logosofia.org.br

Maria Natália Serpa: Advogada, pedagoga e estudante de Logosofia de Belo Horizonte.